Homossexualidade no Uganda foi suscitada por "grupos ocidentais"
A homossexualidade no Uganda "é provocada por grupos ocidentais arrogantes e inconscientes" que vieram às escolas do país "recrutar homossexuais, converter à homossexualidade e ao lesbianismo", declarou Museveni.
Os atos homossexuais já eram ilegais no Uganda, mas em dezembro de 2013, o parlamento aprovou a nova lei que alterou a prevista pena de morte para prisão perpétua para o crime de "homossexualidade agravada".
A lei aprovada hoje pelo Presidente inclui pela primeira vez as lésbicas, proíbe a promoção da homossexualidade e exige que os homossexuais sejam denunciados, tendo sido muito criticada por governos ocidentais e organizações de defesa dos direitos humanos.
Falando à imprensa após ter promulgado a lei, o presidente ugandês considerou que não se é "homossexual por natureza (...), mas por escolha".
Escolha que, segundo Museveni, é muitas vezes ditada pelo dinheiro, sendo numerosos homossexuais "na verdade mercenários". "São heterossexuais que se dizem homossexuais por dinheiro", adiantou.
O presidente do Uganda disse ainda que, além da homossexualidade, o Ocidente também exporta práticas perigosas como a felação e o sexo oral em geral, que "não é saudável" e é fonte de doenças sexualmente transmissíveis.
"A boca serve para comer, não para o sexo. Sabemos qual é a morada do sexo. Essa morada (a boca) não é para o sexo", referiu Museveni, adiantando: "Vocês põem a boca lá e podem ficar com vermes e eles entram no vosso estômago, porque é a morada errada".
Museveni assegurou ainda não estar preocupado com as consequências da lei para as relações internacionais do Uganda.
Há uma semana, o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu o seu homólogo ugandês de que as relações entre os dois países podiam piorar se este aprovasse a lei "anti-gay".
Como um dos maiores doadores estrangeiros, os Estados Unidos têm dado nos últimos anos ao Uganda mais de 400 milhões de dólares (291 milhões de euros) por ano.